Quando eu estava no ginásio, tive um professor de francês, poucos gostavam dele...eu o adorava!
De costas para os alunos no quadro negro, parecia ter olhos nas costas.
A famosa "turma do fundão", formada por meninos com os hormônios e a capetagem em ebulição, zombavam de seu jeito de ser, ele era carinhoso, gentil e era isso que eu mais amava nele. Hoje, aqueles meninos seriam considerados homofóbicos, acho que me entenderam não é? Mas os adolescentes tinham suas maldades, as vezes eram cruéis.
Para que tenham uma ideia da maldade deles, no primeiro dia o apelidaram de " Bode" por usar um cavanhaque e isso fez com que eu não me lembre o nome dele, por isso vou chamá-lo só de "Meu professor de francês". Era muito competente!
Enquanto no quadro ele escrevia, os meninos faziam caretas, dançavam, imitavam o professor, tudo em silêncio, até risada eles davam sem emitir som algum, nós, as meninas ficávamos indignadas, e nem olhávamos para não dar ibope pra trupe desagradável.
Lembro-me da cara dos meninos quando em meio as suas imitações e zombarias, o professor sem tirar os olhos do quadro negro, continuava sua escrita e dizia em voz alta:
"Falem.... Falem bem ou falem mal... mas falem de mim.... assim sempre serei lembrado."
Nunca esqueci estas palavras, e quando por algum motivo falam ou zombam de mim, lembro-me dele! Fica aqui minha homenagem ao meu querido professor de francês.
(Acordei pensando nele hoje, não sei por que, onde estiver que esteja bem e em paz!)
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