sábado, 3 de setembro de 2016

Janela

Um dia tu surgistes em minha janela,
mal tive tempo de virar-me e tu já dobravas a viela.
Assim é toda manhã, por volta da hora nona,
ouço seus passos, és tu a se aproximar
Fica a me olhar pela fresta do muro, da porta ou janela
e volta a correr para a viela.
Momentos pensei em uma surpresa fazer-te
escondida atrás da porta, muro ou janela,
surpreender-te com meu olhar
pela mesma fresta que por mim zela.
Desisti... ao pensar "se desvendar-te,
nunca mais vou ver-te a me espiar."
Amigo, amigo oculto, amigo culto,
um amigo a me guardar, a me espiar, a me inspirar.
Amigo, querido, meu grande amigo
nunca sua face pude ver,
mas sua presença sempre a sentir estou
na porta, no muro ou janela...
sei quando estas a me olhar
e pelas frestas a me espiar.
Jamais poderei explicar
o sentido que tem para mim
saber que me olha assim,
Aprendi a não temer tua presença,
apenas a te querer, como bom amigo que é
sempre a me guardar,
e a meus passos zelar,
ainda que seja somente a espiar,
pelas portas, muros ou janelas.
Em meu coração estou sempre esperar
que em minha janela tu venhas de novo me olhar.   

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